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DPOC e Home Care: Técnicas de Conservação de Energia para Melhorar a Qualidade de Vida

Publicado em Outubro 31, 2024

10 minutos

Homem sorrindo para a cuidadora que está ajustando o catéter nasal

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição respiratória progressiva e limitante que afeta cerca de 10% da população adulta mundial, segundo a Faculdade Cetrus Sanar. Frequentemente associada ao tabagismo e à exposição prolongada a poluentes, a DPOC engloba doenças como enfisema e bronquite crônica, que reduzem a capacidade dos pulmões de absorver oxigênio e eliminar dióxido de carbono. Isso resulta em dificuldade respiratória, falta de ar e cansaço extremo, impactando diretamente na rotina do paciente e exigindo estratégias de conservação de energia para preservar sua capacidade funcional e melhorar sua qualidade de vida.

Com as técnicas adequadas de conservação de energia e o apoio do home care, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida e aumentar a independência. Saiba mais!

O desafio da DPOC no dia a dia

A DPOC se caracteriza por uma obstrução crônica e irreversível das vias aéreas, o que dificulta a passagem de ar pelos pulmões. No enfisema, por exemplo, os alvéolos pulmonares perdem elasticidade, dificultando a troca de oxigênio e dióxido de carbono. Já na bronquite crônica, há um aumento na produção de muco, o que contribui para a obstrução das vias aéreas. Como resultado, o paciente apresenta sintomas intensos como dispneia (falta de ar), tosse persistente e fadiga progressiva. A DPOC também pode levar à diminuição da capacidade funcional, tornando as atividades cotidianas, como tomar banho ou preparar refeições, exaustivas.

Em meio a esses desafios, o home care surge como um suporte essencial, oferecendo desde equipamentos de oxigenoterapia,  equipamentos de ventilação mecânica não invasiva (BIPAP simples e com frequência respiratória de backup), até acompanhamento da equipe multidisciplinar. Essa estrutura de apoio permite implementar práticas que ajudam a conservar a energia e promovem o bem-estar.

Homem em uso de oxigênio aguardando o ônibus.

Por que técnicas de conservação de energia são importantes?

Pacientes com DPOC frequentemente relatam fadiga intensa por causa o esforço constante para respirar, o que impacta significativamente sua capacidade física e emocional. Aplicar técnicas de conservação de energia pode ajudar a preservar a resistência para tarefas prioritárias e reduzir o desgaste diário, permitindo que o paciente aproveite momentos de lazer e atividades com familiares. Entre os principais benefícios dessas técnicas estão:

  • Redução da fadiga: com a preservação de energia nas atividades cotidianas, o paciente apresenta menos cansaço, melhorando sua disposição geral.
  • Maior independência: a prática das técnicas permite ao paciente mais autonomia em tarefas diárias, fortalecendo sua confiança.
  • Preservação de energia para atividades de bem-estar: com o cansaço reduzido, o paciente pode direcionar sua energia para atividades que promovam o bem-estar, como passar tempo com a família, desfrutar de hobbies e momentos de lazer.

Principais técnicas de conservação de energia no home care

1. Planejamento e organização

O planejamento das atividades diárias é uma técnica fundamental que permite ao paciente adaptar sua rotina aos níveis de energia disponíveis ao longo do dia. Identificar os momentos de maior disposição pode ajudar a priorizar tarefas que exigem mais esforço nesse período. Já os horários de maior cansaço podem ser reservados para o descanso ou para atividades mais leves. Planejar adequadamente garante um dia a dia mais equilibrado e ajuda a evitar o esgotamento, proporcionando maior qualidade de vida.

2. Priorizar e dividir tarefas

Focar em atividades mais importantes e dividir tarefas ao longo do dia ou da semana ajuda a prevenir a sobrecarga. Em vez de tentar realizar todas as tarefas domésticas em um único dia, o paciente pode distribuí-las ao longo da semana, permitindo mais tempo de recuperação entre uma atividade e outra. Essa prática auxilia na conservação de energia, reduzindo o cansaço e promovendo uma rotina mais sustentável.

3. Utilização de equipamentos de apoio

Equipamentos de apoio, como cadeiras de rodas, bengalas ou andadores, podem ser recomendados para reduzir o esforço físico nas atividades de locomoção proporcionando mais segurança e menos desgaste, sempre de acordo com a orientação médica. Além disso, dispositivos como a ventilação mecânica não invasiva, quando indicados, ajudam a estabilizar a respiração, especialmente após atividades mais intensas ou durante o período noturno, promovendo um descanso reparador. A oxigenoterapia também é uma estratégia valiosa para garantir que o paciente mantenha níveis adequados de oxigênio, minimizando a sensação de cansaço e melhorando a qualidade de vida.

4. Pausas regulares

Realizar pausas frequentes ao longo do dia permite que o paciente recupere o fôlego e evite o acúmulo de fadiga ao longo do dia, especialmente durante atividades que envolvem movimento ou esforço prolongado. Essas pausas são essenciais para que o corpo mantenha-se equilibrado e funcional, ajudando o paciente a conservar energia e a evitar o desgaste excessivo.

5. Respiração controlada

Técnicas de respiração orientadas por profissionais habilitados, como a respiração diafragmática e a respiração com lábios franzidos, são eficazes para melhorar a oxigenação e reduzir o esforço respiratório. A respiração diafragmática permite que o paciente preencha a base dos pulmões com ar, promovendo uma troca de gases mais eficiente. Já a técnica de respiração com lábios franzidos facilita a liberação do ar de forma lenta e controlada, ajudando a evitar o acúmulo de CO₂ e aliviando a pressão sobre os pulmões. Essas práticas são fundamentais para otimizar a respiração e conservar energia ao longo do dia.

6. Postura corporal e relaxamento

Manter uma postura adequada é essencial para a conservação de energia e melhorar a respiração. Manter o tronco ereto e relaxar os ombros ajuda a reduzir o esforço respiratório e facilita a expansão pulmonar. Em momentos de cansaço, sentar-se com apoio nas costas ou descansar os braços sobre uma superfície pode aliviar a sobrecarga nos músculos respiratórios.

Apoio profissional nos cuidados de home care

O papel do home care na implementação dessas técnicas

O home care desempenha um papel fundamental na implementação das técnicas de conservação de energia, oferecendo cuidados personalizados que atendem às necessidades específicas de cada paciente. Profissionais especializados, como fisioterapeutas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, entre outros, orientam o paciente e seus cuidadores sobre como adaptar essas práticas de forma segura e eficiente ao cotidiano.

Além disso, o home care fornece e monitora o uso de dispositivos respiratórios (ventiladores não invasivos e concentradores de oxigênio), que ajudam a estabilizar a respiração e manter os níveis de oxigenação adequados, especialmente à noite. Esse monitoramento constante permite ajustes necessários no tratamento, garantindo que o paciente obtenha o máximo benefício das técnicas e terapias realizadas.

Qualidade de vida com DPOC é possível!

Com técnicas de conservação de energia e o uso de dispositivos apropriados, é possível viver com mais conforto e bem-estar, mesmo diante dos desafios da DPOC. O VitalAire se dedica a fornecer soluções respiratórias para empresas de home care que atendem pacientes com essa condição, oferecendo equipamentos de oxigenoterapia e ventilação mecânica não invasiva. Para saber mais, visite nosso site e blog para explorar conteúdos e produtos de alta qualidade e tecnologia. Ou entre em contato para entender como podemos ajudar!

Referências

Respiração Diafragmática | Disponível aqui
A respiração frenolabial na doença pulmonar obstrutiva crônica: revisão da literatura | 2012 | Disponível aqui
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): o que é, sintomas e mais | 2023 | Disponível aqui
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) | 2024 | Disponível aqui
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): entenda o que é, sintomas e formas de prevenir | Disponível aqui

FAQ's

O que é DPOC e quais são seus principais sintomas?

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição pulmonar progressiva que dificulta a respiração, caracterizada por uma obstrução das vias aéreas, o que reduz o fluxo de ar nos pulmões. A principal causa da DPOC é o tabagismo, embora também possa estar associada à exposição a poluentes ambientais e fatores genéticos. Os principais sintomas da DPOC incluem:

  1. Tosse crônica: geralmente acompanhada por produção de muco (escarro), especialmente pela manhã;
  2. Falta de ar (dispneia): dificuldade em respirar,  durante atividades físicas leves, que pode evoluir para desconforto até mesmo em repouso;
  3. Chiado no peito: sensação de aperto no peito ou som de chiado ao respirar, causado pela obstrução das vias aéreas;
  4. Cansaço excessivo: sensação constante de fadiga, mesmo após atividades simples ou moderadas;
  5. Produção de muco excessivo: aumento da secreção, que pode se tornar mais espessa e dificultar a respiração;
  6. Infecções respiratórias frequentes: maior suscetibilidade a resfriados, gripes e outras infecções respiratórias.

Esses sintomas tendem a se agravar com o tempo, e, sem tratamento adequado, a DPOC pode levar à insuficiência respiratória grave. O diagnóstico precoce e a adesão a um tratamento eficaz são essenciais para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Quais são os benefícios das técnicas de conservação de energia para pacientes com DPOC?

As técnicas de conservação de energia são estratégias  essenciais para pacientes com DPOC, pois ajudam a minimizar o esforço físico e  prevenir a fadiga excessiva, permitindo que as atividades diárias sejam realizadas de maneira mais eficiente e com menor impacto sobre a respiração. Os principais benefícios dessas técnicas incluem:

  1. Redução da falta de ar: otimizando o uso de energia, os pacientes evitam esforços desnecessários, o que contribui para diminuir a sensação de falta de ar (dispneia), um sintoma comum na DPOC;
  2. Aumento da eficiência nas atividades diárias: essas técnicas ajudam a realizar tarefas como cozinhar, vestir-se ou limpar de forma prática, preservando energia e reduzindo a sobrecarga pulmonar;
  3. Prevenção de cansaço excessivo: com estratégias como pausas regulares, divisão de tarefas e uso de dispositivos auxiliares, é possível evitar cansaço extremo,  melhorando a disposição ao longo do dia;
  4. Melhora na qualidade de vida: a realização de atividades sem exaustão promove maior independência, bem-estar e satisfação, contribuindo para um dia a dia mais equilibrado;
  5. Maior adesão ao tratamento: ao sentirem mais controle sobre os sintomas e a capacidade funcional, os pacientes se tornam mais motivados a seguir o tratamento e as recomendações médicas.

Algumas dessas técnicas incluem: planejar e organizar as tarefas de forma eficiente, usar dispositivos de assistência (como cadeiras ou andadores), evitar atividades em momentos de maior falta de ar, e dividir as tarefas em etapas para fazer pausas regulares. O acompanhamento de um fisioterapeuta respiratório ou  profissional de saúde capacitado é essencial para implementar essas técnicas de maneira personalizada, garantindo melhores resultados.

Como o home care pode ajudar pacientes com DPOC?

O home care desempenha um papel  essencial no cuidado de pacientes com DPOC, proporcionando um ambiente seguro e adequado para a gestão da doença. Os principais benefícios do home care para esses pacientes incluem:

  1. Assistência personalizada: os cuidados são adaptados às necessidades de cada paciente, incluindo suporte médico, terapêutico e de reabilitação diretamente em casa;
  2. Monitoramento contínuo: profissionais de saúde acompanham a evolução do quadro, monitoram sinais vitais, administram medicamentos e ajustam o plano de tratamento conforme necessário e indicado;
  3. Terapias respiratórias: pacientes podem receber suporte com oxigenoterapia, nebulização e reabilitação pulmonar, que aliviam os sintomas e promovem melhor  qualidade de vida;
  4. Educação do paciente e da família: equipes de home care ensinam pacientes e cuidadores a gerenciar a DPOC, reconhecer sinais de alerta e aplicar práticas de conservação de energia no dia a dia;
  5. Reabilitação física: fisioterapeutas realizam exercícios personalizados para melhorar a capacidade respiratória e fortalecer a musculatura, otimizando a funcionalidade;
  6. Redução de internações: o cuidado domiciliar auxilia na prevenção de complicações reduzindo a necessidade de internações hospitalares frequentes, promovendo maior estabilidade da saúde;
  7. Melhora na qualidade de vida: o ambiente domiciliar, aliado ao suporte profissional, promove maior conforto emocional, reduz o estresse e fortalece o vínculo com a família.

O home care é uma solução eficaz para pacientes com DPOC, oferecendo suporte profissional e contribuindo para um manejo mais humano e eficiente da condição.

Quais equipamentos podem ser utilizados no tratamento da DPOC em casa?

O tratamento domiciliar da DPOC pode ser complementado com o uso de diversos equipamentos que ajudam a melhorar a respiração, aliviar os sintomas e promover uma melhor qualidade de vida. Alguns dos principais equipamentos incluem:

  1. Concentradores de oxigênio: dispositivos que captam e concentram o oxigênio do ar ambiente para fornecê-lo ao paciente. Pode ser utilizado para uso contínuo por meio de modelos estacionários e para deslocamentos como viagens, consultas médicas e  entre outros, pode ser indicado modelos portáteis e transportáveis;
  2. Cilindros de oxigênio medicinal: fornecem oxigênio contínuo para pacientes, muitas vezes utilizados como backup em situações de queda de energia e emergências;
  3. Máscaras ou cânulas nasais: acessórios usados para administrar oxigênio de maneira eficiente, conectados ao concentrador ou cilindro de oxigênio;
  4. Nebulizadores ou Micronebulizadores: dispositivos que transformam medicamentos ou soro fisiológico 0,9% em névoa para inalação;
  5. Dispositivos de inalação dosimetrada: usados para a administração de medicamentos broncodilatadores e corticosteróides, ajudando no tratamento e relaxamento das vias aéreas, além de reduzir a inflamação;
  6. Ventilação Mecânica Não Invasiva (VNI): equipamentos como CPAP ou Binível (BiPAP, BPAP, VPAP), proporcionam aos pacientes uma respiração confortável e uma oxigenação adequada, podendo ser utilizado também durante o sono;
  7. Oximetria de pulso: dispositivos portáteis para medir a saturação de oxigênio no sangue e a frequência cardíaca, permitindo o monitoramento contínuo da condição do paciente;
  8. Dispositivos de exercício respiratório: aparelhos como incentivadores respiratórios, usados para fortalecer os músculos respiratórios e melhorar a capacidade pulmonar;
  9. Umidificadores: auxilia na umidificação do fluxo de ar fornecido pela oxigenoterapia e durante a terapia com pressão positiva, aliviando possíveis  desconfortos causados pelo ressecamento das vias aéreas.

Esses equipamentos e recursos citados acima devem ser recomendados e utilizados sob a orientação de profissionais da área da saúde, garantindo que sejam adequados às necessidades específicas do paciente e que sejam manuseados de forma correta. O uso correto desses dispositivos contribui significativamente para o manejo eficaz da DPOC no ambiente domiciliar.

DPOC e Home Care: Técnicas de Conservação de Energia para Melhorar a Qualidade de Vida