5.1.3 Conheça os tipos de umidificação disponíveis
5.1 Aspectos Práticos da Ventilação Mecânica
Módulo 5
A umidificação na VM desempenha um papel crucial no suporte respiratório, ajudando a manter as vias aéreas do paciente pérvias, minimizando complicações associadas, tais como o acúmulo de secreção espessa, o que pode ocasionar obstruções conhecidas como “ rolhas”.
Neste texto, iremos abordar os tipos disponíveis de umidificação e sua aplicação nos pacientes submetidos à ventilação mecânica, incluindo aqueles em cuidados domiciliares.
Anatomia do sistema respiratório e sua relação com a umidificação
Fisiologicamente, o corpo humano possui a função de aquecer, umidificar e filtrar o ar por meio das estruturas do nariz, da laringe e faringe, conhecidas como Vias Aéreas Superiores (VAS).
Os pacientes submetidos à ventilação mecânica, incluindo os traqueostomizados, necessitam de umidificação adicional, uma vez que, devido a respiração artificial, as VAS não participam mais ativamente da condução do ar inspirado e perdem a capacidade fisiológica de filtração, aquecimento e umidificação.
A ausência de umidificação e aquecimento pode comprometer o sistema respiratório causando espessamento de secreções e obstrução de vias aéreas, o que favorece a ocorrência de atelectasia e infecções pulmonares.
Entenda sobre os tipos de umidificação presentes na VM
1- Umidificadores ativos ou aquecidos
- O aquecimento e a umidificação do ar são realizados por meio de um dispositivo que gera um processo evaporação, ou seja, o fluxo de ar frio e seco do ventilador passa pelo reservatório aquecido com água fazendo com que esse fluxo se misture com o vapor, elevando sua temperatura e umidade;
- A temperatura ideal do fluxo de ar é entre 34°C e 41°C;
- O posicionamento da câmara deve ser sempre abaixo do nível da cabeça do paciente e do ventilador, evitando assim que as traqueias acumulem de água e ocasionam acidentes;
- Utilizar apenas água destilada, filtrada ou fervida (devidamente resfriada). NÃO utilizar soro ou qualquer outro produto no copo umidificador;
- Em casos de condensação, recomenda-se uso de circuito com copo coletor;
- Para transporte, é necessário certificar-se de que a câmara de água esteja vazia e seca.
2- Umidificadores passivos ou trocadores de calor
- Os filtros do tipo HME (Heat and Moisture Exchangers) são sistemas de umidificação passiva que retêm calor e umidade do fluxo de ar exalados pelo paciente por meio de uma membrana interna;
- Deve ficar posicionado entre a conexão com paciente (cateter mount) e a válvula exalatória;
- Atinge sua capacidade de umidificação máxima, em geral, após 10 ciclos respiratórios;
- Possui capacidade de umidificação de até 35mg/L, conforme fabricante e modelo.
- A substituição do filtro deve ser realizada conforme orientação do fabricante;
- Durante a nebulização, é necessário retirar o filtro HME, evitando, assim, a cristalização e aumento de resistência;
- O filtro HME não deve ser usado junto com umidificação ativa.
2.1 Capacidade e tamanho dos filtros
O tamanho e a capacidade dos filtros podem sofrer variações de acordo com cada fabricante*. Além disso, devem ser definidos de acordo com o perfil do paciente e do volume corrente ajustado no equipamento de ventilação mecânica. Confira:
Perfil do Paciente | Volume Corrente |
Adulto | 150 – 1500ml* |
Neonatal | 30 – 150ml* |
Pediátrico | 150 – 300ml* |
Conclusão
A umidificação na VM é uma prática essencial para garantir a eficácia e segurança da terapia respiratória. A escolha adequada do tipo de umidificação — seja ativa ou passiva — é crucial para manter as vias aéreas do paciente pérvias e funcionais, prevenindo complicações como o espessamento das secreções.
Os modelos ativos, que utilizam a base aquecida para umidificar o ar, são eficazes em manter a temperatura e umidade adequadas, reduzindo o risco de formação de secreções espessas. No entanto, é importante seguir as diretrizes de manutenção e manuseio para evitar acidentes e garantir a eficácia do sistema. Por outro lado, os umidificadores passivos, como os filtros HME, oferecem uma solução prática e compacta, retendo calor e umidade do ar exalado pelo paciente, mas devem ser utilizados conforme as orientações específicas e substituídos regularmente.
A escolha entre umidificação ativa e passiva deve levar em consideração o perfil do paciente e o tipo de ventilador utilizado, ajustando-se ao volume corrente e às necessidades específicas do paciente. A correta aplicação e manutenção desses sistemas de umidificação são fundamentais para a prevenção de complicações e para o sucesso do tratamento em ambientes clínicos e domiciliares.
Portanto, a compreensão dos tipos de umidificação e suas aplicações permite uma abordagem mais eficaz e segura na gestão da ventilação mecânica, contribuindo para a melhora na qualidade do cuidado respiratório e na recuperação dos pacientes.
Quer saber mais sobre como montar os equipamentos e os acessórios?
Acompanhe nosso canal do YouTube e confira nossas playlists com vídeos explicativos.
Excelente trabalho! Você completou mais uma fase com sucesso.
Siga para o próximo conteúdo e continue na jornada.
5.1.4 Passo a Passo de desbloqueio dos equipamentos
Agora que você conhece mais sobre os equipamentos, saiba como acessar o menu e os recursos ventilatórios.
Referências
MANUAL VENTILADOR MECÂNICO ASTRAL | Disponível aqui
MANUAL VENTILADOR MECÂNICO EVO | Disponível aqui
PÍLULA DO CONHECIMENTO: UMIDIFICAÇÃO | Disponível aqui
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS SISTEMAS DE UMIDIFICAÇÃO AQUOSO AQUECIDO E TROCADOR DE CALOR E DE UMIDADE NA VIA AÉREA ARTIFICIAL DE PACIENTES EM VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA | 2006 | Disponível aqui
UMIDIFICAÇÃO E AQUECIMENTO DAS VIAS AÉREAS NAS UTIs DA CIDADE DE SÃO PAULO: ANÁLISE DOS DISPOSITIVOS UTILIZADOS | 2008 | Disponível aqui
DIRETRIZES BRASILEIRAS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA | 2013 | Disponível aqui