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2.4 Monitoramento na Oxigenoterapia Domiciliar

Tecnologia aplicada ao tratamento de doenças respiratórias crônicas

Módulo 2 - Conheça as soluções para Oxigenoterapia

O monitoramento tem se tornado cada vez mais essencial para acompanhar pacientes em terapia domiciliar, contribuindo para a adesão a diversos tratamentos de saúde, incluindo a Oxigenoterapia Domiciliar Prolongada (ODP).

A Oxigenoterapia Prolongada Domiciliar (ODP) consiste na utilização de oxigênio suplementar por pelo menos 15 horas por dia em pacientes com hipoxemia crônica. Essa condição é determinada por meio de gasometria arterial que  pode ser realizada sem o uso de oxigênio e com o paciente em repouso.

Na ODP, a saturação periférica de oxigênio e a resposta do paciente são monitoradas, geralmente por meio de oximetria de pulso. Este método não invasivo utiliza um dispositivo colocado no dedo do paciente para estimar a quantidade de oxigênio no sangue, podendo ser medido em repouso e durante esforços. Oxímetros certificados pela ANVISA e devidamente calibrados garantem uma medição precisa, com uma variação de apenas 1 a 2% em relação aos resultados obtidos pela gasometria arterial.

Com o avanço da tecnologia, novos métodos de monitoramento estão surgindo no mercado com o intuito de aprimorar ainda mais a jornada de cuidados com a saúde. Entre eles, se destacam os wearables, dispositivos eletrônicos projetados para serem usados no corpo, como pulseiras ou roupas com sensores embutidos, além dos smartwatches.

Esses dispositivos podem coletar dados por meio de conectividade à internet, permitindo a transmissão em tempo real ou em intervalos programados  por meio de plataformas online, para que os profissionais de saúde tenham acesso às informações mais recentes, ajudando-os na tomada de decisões e prevenção de possíveis exacerbações. 

A atuação de uma equipe multidisciplinar é fundamental para o gerenciamento da oxigenoterapia prolongada domiciliar, assegurando que o monitoramento seja preciso e que as informações sejam contextualizadas dentro do histórico clínico do paciente.

Com uma abordagem integrada, profissionais como médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, entre outros, buscam as melhores condutas para atender as necessidades dos pacientes em relação à suplementação de oxigênio. Além de monitorar sinais e sintomas, a equipe também é capaz de identificar rapidamente alterações na frequência cardíaca e nos níveis de oxigênio, possibilitando a detecção precoce de infecções e a prevenção de intercorrências.

Homem em uso de oxigênio no parque com seu neto

Aplicabilidade do Monitoramento  em doenças respiratórias 

O monitoramento aplicado à oxigenoterapia é essencial no tratamento de doenças respiratórias, pois assegura a manutenção adequada da oxigenação do paciente, permite ajustes precisos do fluxo de O2 conforme a evolução do quadro clínico e aumenta a eficácia e segurança da terapia. Além disso, contribui para a qualidade de vida e autonomia dos pacientes dependentes de oxigênio, facilitando o monitoramento diário da Saturação Parcial de Oxigênio (SpO2).

A SpO2 alvo (limítrofe ou basal), geralmente com valores de referência entre 88% e 92% — e possíveis ajustes conforme o quadro clínico —, é determinada por gasometria arterial e titulação na maioria dos pacientes. Portanto, oxímetros são integrados na ODP e na rotina de cuidados do paciente, incluindo o suporte de profissionais de saúde e cuidadores, para manter a SpO2 no nível ideal. 

Vale ressaltar que algumas condições de saúde requerem o monitoramento com oximetria, como no caso de algumas doenças neuromusculares, mesmo sem a necessidade de suplementação de oxigênio.

Veja algumas das  situações em que a oximetria pode beneficiar os pacientes:

  • Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição complexa e progressiva, caracterizada por obstrução irreversível do fluxo de ar nas vias aéreas,  com manifestações como bronquite e enfisema. 
  • Fibrose pulmonar é uma doença crônica progressiva caracterizada pela cicatrização progressiva e irreversível dos tecidos pulmonares, resultando em deterioração da função pulmonar e comprometimento significativo da qualidade de vida dos pacientes. 
  • Bronquite crônica é a condição clínica caracterizada por excesso de secreção mucosa na árvore brônquica, havendo tosse crônica com expectoração e repetição, pelo menos, três meses consecutivos do ano em dois anos sucessivos.
  • O enfisema possui como característica sintomas respiratórios e limitação de fluxo  aéreo progressivo,  sendo  associado a processos inflamatórios duradouros, causados por exposição a gases nocivos por um longo período de  tempo. É uma patologia que compromete a região inferior do trato respiratório, que traz dificuldades ventilatórias importantes.
  • Asma brônquica é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas caracterizada por obstrução variável do fluxo de ar, hiperresponsividade brônquica e sintomas respiratórios recorrentes, como sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse. 
  • Displasia broncopulmonar é uma doença pulmonar crônica com características clínicas, radiológicas e histológicas próprias, acomete recém-nascidos prematuros submetidos a oxigenoterapia e ventilação mecânica nos primeiros dias de vida. É a complicação mais comum do parto prematuro, ocorrendo em 43% dos bebês nascidos com 28 semanas de gestação ou menos, sendo caracterizada pela  interrupção do crescimento pulmonar, simplificação alveolar, comprometimento do  desenvolvimento dos vasos sanguíneos e função pulmonar anormal. 
  • Doenças neuromusculares como Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) atualmente, é a miopatia mais frequentemente associada à insuficiência respiratória na adolescência. Caracteriza-se pelo comprometimento da musculatura dos membros inferiores, resultando em incapacidade de deambulação. Sua progressão pode levar a episódios de hipoxemia noturna e até à insuficiência respiratória. Embora a função pulmonar decline mais lentamente em comparação à musculatura dos membros, adiando a necessidade de suporte ventilatório, é fundamental monitorar a oxigenação para prevenir complicações.
Imagem de uma pessoa utilizando o oxímetro de dedo

Algumas condições clínicas que podem afetar a eficácia da mensuração

Existem algumas condições clínicas que podem comprometer a perfusão periférica do paciente e consequentemente prejudicar a absorção da luz do oxímetro. Quando  identificadas falhas na precisão da oximetria e na mensuração da SpO2, pode ser  necessária a realização de gasometria arterial para conhecer os valores reais e basais. Confira algumas das principais condições:

  1. Icterícia: coloração amarelada ou alaranjada da pele e das conjuntivas devido ao aumento de bilirrubina no sangue;
  2. Metahemoglobinemia: cianose provocada pela alteração da capacidade de transportar oxigênio em pacientes que apresentam valores normais da pressão arterial de oxigênio na gasometria arterial;
  3. Onicomicose: infecção causada por fungos que afetam a queratina, proteína presente nas unhas;
  4. Esclerodermia: espessamento cutâneo com alteração da coloração da pele, afetando as principalmente as falanges distais (ponta dos dedos).

Além disso, condições como perfusão tecidual inadequada e alterações de pigmentação podem interferir na precisão da oximetria, exigindo a realização de gasometria arterial para valores mais precisos.

Dispositivos disponíveis no VitalAire para Monitoramento da ODP 

No mercado existem diversos dispositivos para realizar o monitoramento de forma rápida, segura e eficaz. No VitalAire, contamos com modelos e dispositivos de alta qualidade, ideais para a continuação do tratamento de doenças crônicas em casa. Confira:

Oxímetros de mesa

Oxímetro de Mesa 7500 - Nonin: oxímetro portátil ideal para pacientes adultos e pediátricos, com tecnologia PureSAT para medições precisas, sensor PureLight, display LED e bateria interna de até 16h.

Oxímetro de Mesa Nellcor - PMB

O oxímetro de Mesa PMB possui gerenciamento de alarme e leitura precisa em condições de baixa saturação e movimento do paciente, facilitando a interpretação dos resultados.

Oxímetros transportáveis

Oxímetro de Pulso PalmSat 2500A + Base de Carregamento 2500C- Nonin: oxímetro portátil com base de carregamento, indicado para pacientes adultos e pediátricos, com sensor de tecnologia PureLight, bateria de longa duração e memória interna.

Oxímetro Portátil Creative SP20 - Gaslive: dispositivo portátil de alta precisão, com tecnologia MoveOxy SpO2, bateria com autonomia de até 18hs, curva de dados, alarmes configuráveis e conectividade via Bluetooth.

Oxímetro Portátil UT-100

O UT-100 é um oxímetro portátil completo certificado pelo INMETRO. Possibilita avaliar parâmetros como:  SpO2, frequência cardíaca, força de pulso, onda pletismográfica e tabela de tendências. 

Oxímetros de Dedo

Oxímetro de Dedo AS304 - J.G. Moriya: o oxímetro de dedo AS304 oferece monitoramento preciso, display de fácil leitura, operação simples e portátil, indicador de bateria fraca e desligamento automático.

Oxímetro de dedo Bluetooth MD300C208 - J.G. Moriya: o oxímetro de dedo Bluetooth MD300C208 monitora níveis de oxigênio e frequência cardíaca. Portátil e fácil de usar,  possui leitura clara no display.

Conclusão

O monitoramento na oxigenoterapia prolongada domiciliar é essencial para garantir o ajuste adequado da oxigenação e aumentar a segurança dos pacientes com doenças respiratórias crônicas. A tecnologia moderna, incluindo oximetria de pulso e dispositivos wearables, permite uma avaliação precisa e contínua dos níveis de oxigênio, facilitando a intervenção precoce e melhorando a adesão ao tratamento. Com o suporte de uma equipe multidisciplinar, a oxigenoterapia se torna mais eficiente e contribui significativamente para a qualidade de vida dos pacientes.

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Referências

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