Nutrição Enteral para crianças: quais são os benefícios da bomba enteral?

A bomba enteral automatiza o fornecimento de dieta para crianças submetidas à nutrição enteral, tanto no ambiente hospitalar, como nos cuidados em domicílio.

Quando os pequenos não conseguem se alimentar por meio da via oral devido a problemas de saúde, o médico pediatra pode indicar a nutrição enteral para evitar a desnutrição ou até mesmo controlá-la. 

Esses são alguns dos cenários que os especialistas indicam e prescrevem a nutrição enteral para crianças:

• Risco de aspiração pulmonar; 
• Obstrução do trato digestório alto;
• Recém-nascidos com menos de 34 semanas e impossibilidades de realizar a alimentação oral.

Com controle preciso do tempo e da quantidade correta de alimentos que devem ser administrados ao longo do dia, a bomba enteral eletrônica minimiza falhas no processo, além de garantir a entrada de nutrientes no corpo em ritmo mais adequado quando necessário. 

A nutrição enteral permite que carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas, minerais e água cheguem ao metabolismo de crianças e adultos na forma líquida, por meio de sondas ou tubos implantados no estômago ou no intestino delgado. 

A avaliação nutricional por especialistas é sempre necessária para indicar a dieta enteral, seja via bomba enteral ou via gravitacional, e existe uma classificação do estado nutricional proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por meio de escore Z para IMC (Índice de Massa Corpórea) e peso para idade. 

Dietas enterais: qual a diferença entre a nutrição contínua e intermitente?

Independentemente da sonda utilizada, as dietas enterais podem ser administradas de maneira intermitente ou contínua, sempre de acordo com avaliação prévia da equipe multidisciplinar como também da tolerância digestiva do paciente. 

A dieta contínua geralmente é oferecida sem pausas de 12 a 24 horas por dia. É indicada para pacientes que apresentam sintomas como dor e distensão abdominal, refluxo, vômitos e diarreia.  

É uma dieta executada de forma mais lenta ou com maior volume durante um determinado período. Também é recomendado o uso de dietas prontas ou semiprontas (industrializadas) para consumo e administração controlada por meio de bombas de infusão. 

Já a dieta intermitente é aquela na qual existem horários para que a alimentação seja oferecida, consistindo em administrar com um período de pausa e descanso entre elas. 

Tanto na dieta contínua, quanto na intermitente, a dieta pode ocorrer de três maneiras distintas: 

Método gravitacional ou por gotejamento: a dieta é realizada por meio de um frasco suspenso em um suporte, ou acoplada em um tubo que controla o gotejamento; 

Método por “bolus”: a dieta é realizada por meio de uma seringa que é acoplada à sonda do paciente; 

Bomba de infusão: a dieta é inserida em um frasco ligado a um equipamento eletrônico, responsável pelo controle mais rigoroso da velocidade na qual a dieta é oferecida. 

Método gravitacional x Bomba de infusão 

Existem vários benefícios sobre a forma como a alimentação é administrada ao paciente por meio da bomba de infusão em comparação com o método gravitacional de dieta enteral.  

No método gravitacional, por exemplo, a alimentação flui do frasco ou bolsa de alimentação, usando ação da gravidade, por meio do equipo de alimentação até o estômago, com taxa de fluxo controlada pela altura do suporte de alimentação e posição do equipo. 

Já no método com bomba de infusão, a alimentação é programada com a taxa de fluxo prescrita pela equipe multiprofissional, e controlada pela bomba, permitindo maior precisão na dosagem e ajustes finos na taxa de fluxo e volume de alimentação.  

Outras vantagens incluem: 

Redução de complicações: a bomba de infusão pode ajudar a reduzir as complicações associadas à alimentação enteral, como refluxo gastroesofágico, náusea e diarreia, já que a taxa de fluxo de alimentação pode ser controlada com precisão, evitando uma sobrecarga do trato gastrointestinal. 

Flexibilidade: a bomba pode ser programada para fornecer uma alimentação enteral contínua ou intermitente, permitindo o recebimento da alimentação de acordo com suas necessidades individuais, característica especialmente importante para crianças que têm dificuldade em tolerar uma alimentação enteral contínua, por exemplo. 

Menor dependência do posicionamento: com o método gravitacional, a criança precisa ser posicionada corretamente para garantir que a alimentação flua livremente. Já com a bomba de infusão, ela pode ser posicionada de forma mais confortável, pois a alimentação será administrada independentemente da posição do corpo. 

É importante lembrar que a escolha do método de administração da alimentação enteral deve ser feita pela equipe multiprofissional responsável pelo tratamento, levando em conta as necessidades e condições individuais. 

5 cuidados especiais na hora de fornecer uma dieta enteral para crianças

Para garantir que as necessidades nutricionais das crianças sejam atendidas e evitar complicações, é preciso atenção redobrada em processos como:

1- Seleção da fórmula nutricional adequada

Existem várias fórmulas nutricionais disponíveis para necessidades específicas, por exemplo, com proteína hidrolisada para crianças com alergias alimentares ou com maior teor de calorias para crianças que precisam ganhar peso. É importante que a fórmula seja selecionada por um profissional de saúde qualificado.

2 - Higiene e segurança

É essencial garantir que todo o equipamento utilizado para fornecer a dieta enteral esteja limpo e esterilizado adequadamente, para evitar a contaminação bacteriana. Os pais e cuidadores também devem lavar bem as mãos antes e após a administração da dieta. 

3- Monitoramento e ajuste da dieta

A quantidade e composição da dieta enteral devem ser monitoradas regularmente para garantir que a criança esteja recebendo a quantidade adequada de nutrientes. Qualquer mudança na condição de saúde pode exigir ajustes na dieta e deve ser discutida com o profissional responsável. 

4- Prevenção de refluxo e engasgo

É importante monitorar a criança durante a administração da dieta e ajustar a posição ou a taxa de fluxo da dieta, se necessário, para prevenir e evitar situações de refluxo ou engasgo. 

5 - Introdução gradual da dieta oral

Quando houver a possibilidade de retorno a alimentação oral, é importante introduzir gradualmente alimentos em sua dieta, com a supervisão de um profissional de saúde. Isso pode ajudar a prevenir complicações digestivas e melhorar a qualidade de vida da criança.

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